Destaques
O grande destaque desta semana é um lançamento da Edições Livre: Vida do Padre Antônio Vieira, de João Francisco Lisboa, o primeiro grande crítico literário do Brasil.
Nesta obra elogiada por Machado de Assis, nos deparamos com a fascinante trajetória de um dos pais fundadores do Brasil, o jesuíta que foi pregador, missionário, diplomata e profeta, que pregou para selvagens, colonos, escravos e reis, e que chegou a ser preso pela Inquisição por seus escritos políticos.
A edição conta com prefácio de Ronald Robson, que oferece uma leitura inédita sobre o impacto de Vieira em nossa história.
Destaque também para um lançamento da João & Maria, Os brinquedos da Vó Genovena, com texto poético de Mariana Machado e ilustrações de Juliana Iasi.
Em tempos de telas e brinquedos eletrônicos, a Vó Genoveva nos lembra de algo precioso: as melhores brincadeiras nascem da criatividade e do carinho. Nesta deliciosa narrativa em versos, os deparamos com esta adorável vovó, que nos revel como uma espiga de milho pode virar boneca, latas se transforem em carroças e batatas ganharem vida como boizinhos.
Confira a seguir um poco desse trabalho primoroso:
Outros lançamentos
Pela Vide, Dugin contra Dugin: uma crítica tradicionalista à Quarta Teoria Política, de Charles Upton.
Em sua crítica ao liberalismo pós-moderno, hegemonizado pelos Estados Unidos, Aleksandr Dugin identifica um leviatã global. Fundador da Quarta Teoria Política, o pensador russo propõe uma síntese altiva entre religião, metafísica tradicional, sociologia e ação política, em resposta à crise espiritual e cultural de nosso tempo. Sua construção teórica, no entanto, revela contradições e uma frouxidão conceitual que enfraquecem sua autoridade enquanto representante da Tradição. Em Dugin contra Dugin, Charles Upton se dedica a desmontar essa proposta ambiciosa.
Mussulmano, sufi, veterano e pacifista americano, Upton partilha da preocupação central de Dugin, mas rejeita os caminhos abertos por ele. Sua crítica revela inversões metafísicas, deturpações do cristianismo ortodoxo e do Islam e indícios de flerte com o satanismo. Embora reconheça o mérito de Dugin ao enfrentar a decadência espiritual moderna, Upton afirma que seu afastamento da Tradição Primordial — conforme entendida por Guénon e Evola — inviabiliza qualquer alternativa real ao colapso que denuncia.
Para embasar sua crítica feita a partir da própria Tradição, Upton analisa a história da esquerda americana, os riscos da alt-right e propõe um patriotismo espiritualmente enraizado. Dugin contra Dugin se estende para além da simples refutação, colocando-se como uma defesa da Tradição como eixo transcendente às ideologias. Ao destacar a metafísica tradicional como via de libertação diante das corrupções modernas, a obra conclui com um chamado ao reencontro com as raízes espirituais da humanidade.
Pela Kírion, Como ler livros, de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren.
Publicado originalmente em 1940, este livro surpreendeu ao se tornar um best-seller nos Estados Unidos, permanecendo por mais de um ano entre os mais vendidos.
Anos depois, os próprios autores decidiram lançar uma edição atualizada, à luz de novas questões, exigências e desafios ligados ao ato de ler. É essa edição agora colocada em circulação. Quem procura autonomia intelectual, notas mais altas ou leituras mais ricas encontra aqui um guia valioso.
Pela Texugo, Lenga-Lengas e outra rimas, o mais novo volume da coleção Tesouro Poético da Infância, com ilustrações de Tatiani Borgert lindas e rimas acumulativas que estimulam a linguagem, a memória e a imaginação, organizadas por Marcela Saint Martin e Gabriella de Moraes.
Diversas lenga-lengas e rimas populares pulam para dentro deste livro, convidando os pequenos leitores a mergulhar no universo da oralidade, do ritmo e da brincadeira, nesta coletânea que resgata expressões da cultura popular e transforma cada página em um convite à imaginação, à musicalidade e à memória afetiva da infância.
E se falamos de rimas, voltamos à João & Maria, que recentemente lançou o box Meus Primeiros Poemas Ilustrados, com texto de Lorena Cutlak e ilustrações de Juliana Morrone.
Especialistas em desenvolvimento infantil concordam: na primeira infância, o cérebro está em plena construção de conexões neurais para linguagem, ritmo e emoção. A poesia é um atalho amoroso para que essa mágica aconteça.
Por isso, criamos a João & Maria concebeu essa coleção especialmente direcionada para bebês e crianças pequenas que estão começando a explorar o mundo dos livros — e para pais, mães, educadores e cuidadores que acreditam que o contato com a boa literatura deve começar desde cedo.
O primeiro box da coleção conta com 3 livros cartonados, resistentes ao uso intenso, com cantos arredondados e ideais para mãos curiosas: Alimentos, Família e Animais, conforme mostra a imagem abaixo:
E, voltando à Texugo, nesta semana a editora lançou mais um clássico da literatura infantil, A história da pequena sereia, adaptação do texto de Hans Christian Andersen feita por Marcela Saint Martin, com ilustrações de Robbie Gonçalves.
Com ilustrações que respiram junto da narrativa, este livro convida o pequeno leitor a mergulhar em um conto inesquecível sobre amor, renúncia e redenção. Uma história que atravessa gerações, tocando o coração dos pequenos com a beleza do sacrifício e da esperança.