Destaques
O grande destaque da semana é um lançamento da EDA: In Verbo Veritas – Liberdade de expressão e o caminho da verdade, organizado por Bianca Cobucci Rosière e Cláudia Morais Piovezan.
Registrar a história enquanto ela está sendo escrita é sempre um grande desafio, dada a impossibilidade de completude, sobretudo em momentos de crise. Ainda assim, os autores deste livro decidiram enfrentá-lo, cientes do risco de já nascer defasado esse registro diante do ritmo frenético dos acontecimentos.
Nos dias que antecederam a impressão deste livro, o Supremo Tribunal Federal, pela maioria dos seus membros, deu mais um forte golpe na liberdade de expressão, no julgamento que decidiu pela parcial inconstitucionalidade da regra do artigo 19 do Marco Civil da Internet (MCI – Lei 12.965/2014), nos Recursos Extraordinários n. 1.037.396 (Tema 987 da repercussão geral) e n. 1.057.258 (Tema 533).
A ministra Cármen Lúcia, nesse julgamento, disse que vive atemorizada com a censura no Brasil nos últimos tempos. Disse ainda que “não [se] pode, também, permitir que nós estejamos numa ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos”. Mesmo quem se julga defensor da liberdade de expressão pode ceder à tentação de calar vozes dissidentes que confrontam as estruturas de poder e privilégios.
Se os censores estão atemorizados, imagine suas vítimas. Pois é disso que esta obra trata, do estiolamento da liberdade de expressão, considerada a pedra angular de todas as outras liberdades e o alicerce da democracia. É um manifesto contra a censura que se estabeleceu no Brasil e no mundo atual. Vinte e dois autores revelam as múltiplas formas pelas quais a censura tem se manifestado em diversos ambientes — jurídico, midiático, acadêmico, político, tecnológico —, evidenciando como ela viola tanto o direito natural, gravado em nossos corações, como nos ensina São Paulo (Rm 2,15), quanto os direitos humanos e fundamentais, fincados em tratados internacionais e documentos legais.
Os autores trazem abordagens filosóficas, históricas, processuais e casos concretos que demonstram como a censura está disseminada entre nós, impedindo o diálogo e a busca da verdade.
Diante desse cenário, este livro também é um ato de fé e esperança, pois mesmo quando a censura parece prevalecer, a Palavra – no princípio e para além do tempo – está sempre em ação. No fim, “não há nada oculto que não venha a ser revelado” (Lc 8, 17).
Destaque também para um lançamento da Ecclesiae: O segredo de Maria: sobre a escravidão da Santíssima Virgem, de São Luís Maria Gringnion de Montfort.
Nesta obra escrita por volta de 1712 e publicada pela primeira vez em 1868, o Apóstolo de Maria nos revela um segredo que ele próprio recebeu do Espírito Santo: uma prática, um método, um caminho de santidade que culmina na verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
Nesta edição, além de “A Árvore da Vida” e duas orações a Jesus e a Maria, que compunham o manuscrito original, para maior proveito o leitor encontrará uma prece para fazer todas as manhãs, o método que São Luís Maria compôs para ouvir a Santa Missa, para comungar em união com Maria e para recitar com fruto o Santo Rosário, seguido de seu ato de consagração à Santíssima Virgem.
Outros lançamentos
Pela Sétimo Selo, Contra um bicho da terra tão pequeno, de Érico Nogueira.
Publicada originalmente em 2018, esta narrativa é um marco nas letras brasileiras. Raras vezes a língua portuguesa foi tão plástica, tão precisa, tão surpreendente como nestas páginas, em que a sordidez dos costumes e da própria alma brasileira aparece com clareza irrefutável, fantasticamente transfigurada pelo virtuosismo retórico. Esta segunda edição trazida especialmente pela Sétimo Selo, revista e corrigida, mostra por que Érico Nogueira é um dos mais originais escritores da língua, constituindo-se em item indispensável a quem quer conhecer o que a inteligência brasileira produz de melhor.
Pela Papillon, o segundo volume do clássico Mulherzinhas, de Maria Louisa May Alcott.
Na continuação da história das irmãs March, Meg, Jo, Beth e Amy enfrentam os desafios da vida adulta com coragem e sensibilidade. Meg lida com a maternidade, Jo busca seu espaço como escritora, Amy viaja em busca de sua vocação artística e Beth enfrenta lutas íntimas com ternura e força. Com o apoio da mãe, Marmee, cada uma descobre lições sobre amor, amadurecimento e esperança. Essa adaptação sensível convida novos leitores a se emocionarem com as transformações e conquistas dessas mulheres inesquecíveis.
E pela Texugo, A festa do Rei Urso, de Louis Moe.
Quando o inverno vai embora e a primavera floresce, um convite chega a todos os cantos do mundo: o Rei Urso vai dar uma festa!
Convidados elegantes, outros nem tanto…
Tem porquinho atrasado, urso brincando no gramado e uma mesa de quitutes digna da realeza.
A Festa do Rei Urso é um clássico da literatura nórdica inédito no Brasil, com humor, delicadeza e ilustrações incríveis.
Uma leitura aconchegante para o inverno!