MURALHA DE LIVROS | Lançamentos da Semana

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaques

O grande destaque da semana é um lançamento da DBN Editora, selo da Danúbio que acaba de estrear – dedicado a livros autobiográficos e confessionais. Obras em que a vida real, sem filtros, se transforma em excelente leitura. E seu primeiro título é o Garage 1981, de Flávio Cuter (Flávio Garage).

Mecânico, cronista das redes sociais e voz singular da chamada Nova Direita, Flávio narra sua trajetória com brutalidade, humor e ternura inesperada. Da infância autista ao trabalho na oficina, dos rodeios do interior às madrugadas no ICQ, do bullying escolar à fé católica, sua vida se transforma em retrato de um Brasil em transição — entre o analógico e o digital, entre a dureza da rua e a busca de sentido.

Destaque também para um lançamento da João & Maria: Meu cavalinho e outras poesias, de Susi Queiroz.

Esta é uma obra da mais alta qualidade literária, que resgata a musicalidade e a riqueza da língua portuguesa para encantar as novas gerações. Nela, você encontra poemas concebidos com musicalidade e criatividade, escritos em português cristalino, ideais para o desenvolvimento da imaginação e da linguagem, além de histórias que fazem do cotidiano infantil uma aventura, como a de um sapo que sonha em ter asas ou a do menino que tem um amigo imaginário mais que valente, com personagens cativantesque ensinam sobre empatia, amizade e superação, como na narrativa sobre Chicão. E acrescente-se a esse rico conteúdo as delicadas e expressivas ilustrações de Juliana Iasi, que dão vida, forma e cor a cada poema.

E um terceiro destaque nesta semana é também uma obra poética, lançamento da UBIQ!: O sal da neve do monte, de Murillo Sousa.

Você já ficou tão impressionado diante de algo tão belo que precisou se expressar em palavras?
Nós, diante da beleza, suspiramos, soltamos elogios… Às vezes até palavrões. Murillo Sousa, por sua vez, escreveu um livro.
Nesta obra, Murillo Sousa transforma as 36 vistas do Monte Fuji, de Hokusai, em um ciclo poético sobre o olhar, o tempo e a transitoriedade.
As Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji é a série de gravuras mais célebre de Hokusai — o mestre japonês que, entre ondas e montanhas, capturou a eternidade no instante. É diante delas que este livro se ergue: como eco, como diálogo, como meditação.
Neste volume, você poderá ler a contemplação de uma artista da palavra diante de um artista das cores. São poemas que cruzam paisagem e espírito, arte e natureza, tradição e modernidade.

Outros lançamentos

Pela Vide, Esquerdismo revisitado, de Erik Maria Ritter von Kuehnelt-Leddihn.

O que une Hitler, Stálin e Mao? Figuras que, apesar das diferenças, beberam todas da mesma fonte: o esquerdismo. Mais do que um discurso justificador, trata-se de uma forma de ver o mundo — materialista, centralizadora, obcecada em politizar todos os aspectos da vida. De Sade a Marcuse, dos salões iluministas ao terror dos regimes totalitários, um mesmo impulso atravessa os séculos: a promessa de emancipação, disfarçada de controle.

Com clareza e profundidade, Esquerdismo revisitado traça o percurso de uma mentalidade que, sob os mais variados disfarces, sempre negou a personalidade e a liberdade individual. Para Leddihn, o esquerdismo não apenas lançou sobre o mundo o comunismo e o nacional-socialismo — suas expressões mais brutais —, como também se infiltrou na democracia moderna. Em nome de uma igualdade artificial, sacrifica-se o mérito, apagam-se as diferenças, sufoca-se a vontade. Sua crítica, no entanto, não é um lamento; é antes um chamado.

Leddihn escreve como quem acende um sinal de alerta — não por medo, mas por consciência. Pois a liberdade, longe de ser um privilégio ocasional, é antes uma urgência permanente. E defendê-la, hoje, é mais necessário do que nunca — contra doutrinas que se travestem de virtude, contra sistemas que prometem justiça enquanto semeiam servidão.

Pela Edições Livre, Tenhamos compaixão das pobres almas, do Monsenhor Ascânio Brandão.

Nesta obra, o liustre religioso relembra a importância de rezar pelas almas dos mortos, pois a devoção às santas almas do Purgatório é uma tarefa edificante e uma demonstração de fé.
A cada capítulo, o autor oferece reflexões sobre o que é o purgatório, como as almas ali se encontram, como alcançam a misericórdia divina e traz exemplos impressionantes ao narrar fatos e experiências que mostram a importância da oração e da compaixão para com as almas do Purgatório.

Pela Ecclesiae, Comentário ao Livro de Jó, de São Jerônimo.

Poucos textos bíblicos são tão profundos e misteriosos quanto o Livro de Jó: um homem justo que sofre sem razão aparente, desafiando nossa compreensão da justiça divina e do sofrimento humano.
Nesta obra monumental, São Jerônimo — o grande tradutor da Vulgata e um dos Padres mais influentes da Igreja — mergulha nessa narrativa e nos oferece um comentário espiritual e teológico de rara profundidade.

Ele lê Jó como figura de Cristo, modelo de paciência e fidelidade diante da provação, e reflete sobre a dor do inocente e o sentido do sofrimento à luz da fé.

E pela Texugo, Os escavadores, de Margareth Wise Brown.

Com ritmo repetitivo e encantador, esta tradução inédita da autora do clássico Boa noite, Lua é uma celebração da imaginação e da descoberta. Em páginas repletas de cor e movimento, ilustradas por Ana Gouvêa, as crianças acompanham personagens reais e fantásticos, todos unidos pelo mesmo impulso de explorar o que está debaixo da terra.

Esta é uma leitura perfeita para a hora de dormir ou para momentos de exploração em sala de aula, a fim de despertar a curiosidade e o olhar atento para os detalhes escondidos no mundo ao nosso redor.


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