Destaque para épico de Teixeira e Sousa sobre a Independência do Brasil resgatado pela BKCC Livros
A Muralha desta semana vem com muitas e robustas novidades.
Pela Vide Editorial, foi lançado Imperiofobia e lenda negra: Roma, Rússia, Estados Unidos e Império Espanhol, de Maria Elvira Roca Barea, que analisa o fenômeno da lenda negra, do rótulo depreciativo que se instaurou culturalmente em relação ao conceito mesmo de império. Por que se enraizou essa imagem tão negativa sobre os impérios? Será que eles não trouxeram nenhuma vantagem para aqueles que viveram sob suas estruturas? A autora investiga e discute a origem dessas lendas negras, quais lugares comuns as formam e como elas se espalham tanto, ao ponto de se tornarem opinião pública e até mesmo um substituto para a história real.
A Editora O Mínimo lançou seu volume, O mínimo sobre feminismo, de Ana Caroline Campagnolo, que serve como primeiro contato a respeito do movimento indentitário de engenharia social e subversão cultural travestido de luta por direitos das mulheres. O livro serve de preparo para outras obras em que a professora Campagnolo se debruça mais detidamente sobre a problemática do feminismo, como Feminismo: perversão e subversão, e o Guia de bolso contra mentiras feministas.
A Danúbio Editora nesta semana trouxe dois lançamentos de peso. O primeiro, Ensaio sobre a música universal, do maestro Dante Mantovani. O livro reúne uma série de ensaios com a proposta de ampliar a compreensão multidimensional e interdisciplinar da música universal, assim denominado o repertório que transcende fronteiras culturais e sobrevive ao tempo. Trata-se da arte que almeja a beleza e a transcendência, e que dista radicalmente das concepções ideológicas que a reduzem ao fetichismo da técnica ou à mera propaganda política.”
O outro título lançado pela Danúbio é Deixa-me enterrar meu pai, romance de estreia de Elizeu Xavier. O enredo envolve o drama de Estevão, um paulistano de meia-idade, programador de software e funcionário público, que vê a sua vida estagnada pela espera do resultado de um processo judicial que vai definir o seu destino: a disputa entre ele e a segunda esposa de seu pai pelos bens deixados como herança. Angustiado pelas incertezas e demoras do sistema judiciário, e ressentido pela conduta do seu pai, o protagonista consome-se de amargura e dor, enquanto aguarda ansiosamente o dinheiro que, ele acredita, irá libertá-lo de suas misérias e limites. O romance de Xavier revela-se um impressionante retrato da vida de classe média na São Paulo contemporânea, uma cidade sem esperanças, brutalizada pela feiura, pela degradação social, pela decadência cultural e pela devastação arquitetônica.
Outra grande novidade da semana é o relançamento de A Independência do Brasil, de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, que acabou de sair pela BKCC Livros. Organizado em oitavas rimas, este épico de Teixeira e Sousa escrito entre 1847 e 1855 reconstrói, a história nacional até seu processo de Independência, foco da obra. O especial amor pelo Brasil, traço marcante da geração de Teixeira e Sousa, é a tônica deste monumento que, resgatado pelo editor Dennys Andrade, e que conta com apresentação do príncipe e deputado federal Luiz Phillipe de Orleans e Bragança, volta ao mercado editorial brasileiro depois de quase 200 anos de sua publicação.
A Editora E.D.A. também trouxe um importante lançamento, A religião de Carl Scmitt, de Alexandre Marques. O livro tem a louvável virtude de reposicionar a obra de Schmitt em meio à tradição do pensamento político cristão católico e, assim, «dar a César o que é de César». Alexandre Marques ensina que o pensador cristão, como é o caso de Schmitt, não é um ideólogo do cristianismo, nem um pregador em praça pública, como supõem os intelectuais do século; ele é um tradutor público da linguagem do dogma e fala a língua opiniática dos intelectuais do século para se fazer entender.
E terminamos com um precioso lançamento da Calvariae Editoral, Pio XII e a educação da juventude, de Pierre Fernessole. Neste pequeno volume, depois de lembrar sucintamente os ensinamentos de Gregório XVI, Bem-Aventurado Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Bento XV e particularmente Pio XI (graças à sua magistral Divini Illius Magistri), o autor oferece os textos do Venerável Pio XII sobre a educação da juventude. Apresentam-se, na obra, os respectivos da família, hoje tão insidiados por uma filosofia materialista e por tantas legislações que os postergam; os da Igreja, sagrados e imutáveis, e do Estado, no que se refere à educação. O volume contempla os princípios fundamentais da educação e a grandeza da função pedagógica, a natureza da educação cristã e o lugar indiscutível que o ensinamento religioso ocupa na educação civil. Uma obra indispensável para pais, professores e todos aqueles que se interessam em prover uma educação verdadeiramente cristã para nossas crianças e jovens.