Portal altera chamada de matéria após dizer que deputado “fez comentários de teor racista e homofóbico” à atividade sobre ‘Movimento Negro e luta LGBTQIA+ ‘ em escola pública
Nesta segunda-feira (29), o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) informou que notificará extrajudicialmente o portal de notícias G1, por causa de matéria afirmando que o parlamentar “fez comentários de teor racista e homofóbico” à atividade “que reunia desenhos sobre o movimento negro e sobre a luta LGBTQIA+” em escola no interior paulista.
No entanto, o G1 alterou a chamada, removendo as acusações de racismo e homofobia contra Douglas Garcia. No momento deste print de tela, tirado pela reportagem da Esmeril News (às 21h04 de hoje) contavam 3 horas desde a última atualização.

Garcia solicitou a retirada de trabalhos sobre “racismo e movimento LGBTQIA+” do mural de uma escola pública em Salto de Pirapora, no Estado de São Paulo.
Declarações
Durante a 69ª sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), o deputado criticou o que seriam “ações ideológicas na escola” e chamou os responsáveis pela realização desses trabalhos junto aos alunos menores de “doentes” e “militantes desgraçados”.
Nossas crianças do ensino médio sem saber ler, sem saber escrever ou fazer uma equação. Com essa merd* de método Paulo Freire, que é um câncer pra educação paulista. É isso que as crianças precisam aprender na sala de aula? É sobre feminismo? Sobre a questão racial? Sobre a questão LGBT não sei das quantas? É sobre ambientalismo? Não! Precisam aprender português, matemática, biologia.
Eu tenho a mais absoluta certeza que, assim como outras escolas espalhadas pelo estado de São Paulo, isso não foi parar lá por acaso. Sempre tem, infelizmente, o doutrinador por trás, incentivando as crianças a propagarem esse tipo de conteúdo […] Mas esse bando de doentes que estão administrando o meio estudantil não se importam com isso. Militantes desgraçados! Saiam da gestão das crianças nas nossas escolas
— Deputado Douglas Garcia | Discurso proferido na ALESP
De acordo com a assessoria do deputado, entre suas principais pautas estão “a defesa das crianças e do Escola Sem Partido e o combate à ideologia de gênero e à alienação das crianças nas escolas”. Garcia já afirmou publicamente que trabalhará duro para “proteger e defender a inocência das crianças”.
O que o parlamentar defende é o direito dos pais educarem seus filhos conforme suas convicções morais e religiosas, o que não cabe aos professores. Inclusive, este direito está garantido expressamente na Convenção Interamericana dos Direitos Humanos. Em uma sociedade livre, as escolas devem ser centros de produção e difusão de conhecimento e não de produção de militantes
— Deputado Douglas Garcia, por meio de sua assessoria, ao portal G1
No início da tarde a assessora parlamentar Steh Papaiano informou em seu Twitter como a denúncia foi enviada ao deputado e comemorou que o problema tenha sido resolvido.
Em outro tweet, Papaiano compartilhou a informação de que o material foi retirado pela unidade escolar e fez suspense sobre uma novidade do PL Bruno Graf que seria anunciada por Douglas Garcia (noticiada mais cedo pelo Esmeril News).
O professor responsável pela organização da chamada (pelo deputado) “ação ideológica” lamentou ao G1, afirmando que estaria chateado com a decisão.
Tentamos contado (sem sucesso) com o G1, que até ao fechamento desta reportagem não se posicionou sobre a declaração do deputado, nem se manifestou sobre a alteração no subtítulo da matéria, escrita por Larissa Pandori e Júlia Martins e publicada originalmente às 11h23 desta segunda-feira (29).
Com informações do Portal G1, Twitter e assessoria do deputado Douglas Garcia

A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida
— Sêneca
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