Ucranianos entrincheirados em Odessa descobriram urnas do período romano
Guerra é sinônimo de destruição, de morte; mas, contrariando a imposição do caos, às vezes os combatentes têm a oportunidade de ser agentes de restauração. Pelo menos da perspectiva arqueológica. Recentemente, durante os conflitos no Leste Europeu, os soldados da 126ª Defesa Territorial Ucraniana desenterraram urnas (ou ânforas) do século IV d.C. O achado aconteceu na cidade litorânea de Odessa que, à época dos romanos, chamava-se Odessus.
Tão logo os soldados ucranianos que trabalhavam na escavação das trincheiras de defesa contra a Rússia fizeram a descoberta, as urnas antigas foram transferidas para o Museu Arqueológico de Odessa. Os objetos estavam em excelente estado de conservação. Banhada pelo Mar Negro, a cidade de Odessa é a terceira mais populosa da Ucrânia, e o seu porto é crucial para o escoamento das exportações do país. Contudo, a cidade está sob cerco da Rússia, que faz chover mísseis sobre a população e mantém um bloqueio naval que impede o transporte de grãos.

As ânforas eram recipientes utilizados com a finalidade de armazenar e transportar bens. Desde azeite a peixe seco, de vinho a cereais, os povos antigos como egípcios, gregos, romanos, cartagineses e bizantinos valeram-se desses jarros com grande versatilidade. Infelizmente, no entanto, nem todos os exércitos têm a mesma preocupação com o patrimônio histórico como os ucranianos: observadores internacionais denunciaram que, até o dia 16 do corrente, as forças russas causaram danos a 133 sítios culturais, como monumentos, museus, locais religiosos e bibliotecas.
Evidentemente, a manutenção dos conflitos na região impediu que os arqueólogos pudessem fazer uma prospecção mais minuciosa no sítio das descobertas. No momento, todas as informações sobre essa descoberta foram fornecidas pelos próprios soldados à Smithsonian Magazine.
Com informações da Smithsonian Magazine.

“Só os mortos viram o fim da guerra”.
— Platão
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