Cícero Moraes, em conjunto com outros designers, valeu-se da tecnologia para reconstruir o rosto de Shep-en-Isis
No longínquo século VII a.C., na cidade de Tebas, localizada a 800 quilômetros ao Sul do delta do Nilo, vivera Shep-en-Isis. A tumba da egípcia de nome esquisito fora descoberta durante as primeiras ondas da febre arqueológica no Egito, em 1819; seus restos mortais estavam juntos aos do seu pai, Pa-es-tjenfi, na tumba da família. No ano seguinte à sua descoberta, a múmia de Shep-en-Isis fora levada para a Biblioteca da Abadia de São Galo, na Suíça, onde permaneceu desde então.

Na Itália, em um projeto levado a cabo pelo Centro de Pesquisas da FAPAB (antropologia forense), uma equipe de especialistas obteve sucesso em reconstruir o rosto da egípcia que vivera há 2600 anos. Um dos membros da equipe é o brasileiro Cícero Moraes, especialista em reconstrução facial forense. O rosto de Shep-en-Isis fora revelado num artigo de 84 páginas disponibilizado na Amazon sob o título de The Forensic Facial Reconstruction of Shep-en-Isis.
“Com base na idade anatômica de Shep-en-Isis e no estilo de seu caixão interno, ela deve ter nascido por volta de 650 a.C. e morrido entre 620 e 610 a.C.”.
Michael Habicht, pesquisador da Universidade de Flinders, na Austrália, à revista Aventuras na História
É provável que a egípcia tivesse algum grau de “instrução formal”, porque, segundo as antigas inscrições encontradas no seu sarcófago e estudadas por linguistas especialistas no idioma egípcio daquele período, a mulher era de uma família da elite egípcia da época. Shep-en-Isis provinha de uma longa linhagem de sacerdotes do deus Amon, em Tebas.

Pesquisas embasadas em documentos históricos, topografias computadorizadas e dados morfológicos ajudaram os membros da equipe da FAPAB a reconstruir o rosto da mulher. Cícero Moraes que, segundo o portal Ancient Origins, aplicou o método de Manchester na reconstrução — considerado a melhor técnica forense para essa finalidade –, é conhecido mundialmente por já ter apresentado a face reconstruída de personagens como o faraó Akhenaton, Maria Magdalena e Jesus Christo.
Segundo uma declaração de Moraes à revista Aventuras na História, há uma característica peculiar no rosto de Shep-en-Isis: os dentes ligeiramente projetados, condição que é conhecida como prognatismo maxilar classe II.
Com informações das revistas Galileu e Aventuras na História; do portal Ancient Origins; e do currículo de Cícero Moraes.

“Aqueles que precisam ouvir os apelos e gritos de seu povo devem fazê-lo com paciência. Pois as pessoas querem muito mais atenção para o que dizem do que para o atendimento de suas reivindicações”.
— PTAHHOTEP, Faraó
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